Bom Dia, hoje é dia 02 de Maio de 2025
Uma mulher de 66 anos foi detida na madrugada de terça-feira (18), após se envolver em uma situação de injúria racial na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do Jardim Guanabara, em Presidente Prudente (SP).
De acordo com o Boletim de Ocorrência registrado pela Polícia Civil, a mulher teria chamado uma enfermeira de “negrinha pilantra” durante um desentendimento na UPA. Em audiência de custódia, a Justiça decidiu pela sua liberação provisória.
Paciente aguardava resultado de exame de dengue
A mulher, que estava na UPA aguardando o resultado de um exame para diagnóstico de dengue, se irritou com a demora no atendimento. Ela entrou em conflito com uma enfermeira de 50 anos, responsável pela triagem.
Durante o desentendimento, outra funcionária, de 31 anos, tentou intervir para acalmar os ânimos, sendo chamada de “negrinha pilantra” pela paciente.
A versão da enfermeira foi confirmada por duas testemunhas: um porteiro de 35 anos e a enfermeira que estava na sala ao lado. A paciente, por sua vez, negou o xingamento e afirmou que apenas a chamou de “moreninha”.
Confusão na UPA
De acordo com o depoimento da vítima, ela trabalha na triagem dos pacientes antes da consulta médica e foi até a sala da enfermeira onde o desentendimento ocorria. Lá, ela soube que a paciente estava reclamando da demora no atendimento e alegando que pessoas passaram à sua frente. A enfermeira explicou que dois pacientes mais graves foram atendidos antes dela, mas a paciente não aceitou a explicação e foi orientada a retornar ao rol de espera.
Nesse momento, segundo o boletim, a paciente proferiu a ofensa racial contra a funcionária, chamando-a de “negrinha pilantra”.
Defesa da paciente
Em depoimento, a paciente negou as acusações e afirmou que, ao questionar a demora no atendimento, foi apenas chamada a funcionária de “moreninha”. Ela alegou estar se sentindo mal e, na noite de 17 de fevereiro, retornou à UPA acompanhada de suas irmãs, onde passou pela triagem novamente, devido aos sintomas de dengue.
A idosa insistiu que não fez o xingamento racial, como mencionado pela enfermeira e pelas testemunhas.
Após ser detida e levada à Delegacia Participativa da Polícia Civil, a paciente foi presa em flagrante pela prática de racismo, conforme o artigo 2º-A da Lei 7.716/89, que trata dos crimes resultantes de preconceito racial. Caso seja condenada, a pena prevista é de reclusão de dois a cinco anos, além de multa. No entanto, após a audiência de custódia, a Justiça concedeu liberdade provisória à mulher.
Após ser presa em flagrante por crime de racismo, a paciente teve a liberdade provisória concedida durante a audiência de custódia.